Segredos do unboxing – como são feitas as melhores avaliações de produtos na internet?

Os vídeos de unboxing e de outros tipos de avaliação, são um nicho muito popular no youtube – Fonte:
Wikimedia Commons

Que a internet deu voz a muita gente não é segredo. Mesmo dentro do conceito online como um todo, as possibilidades foram evoluindo conforme a tecnologia permitia – de textos para áudios, de áudios para vídeos, de vídeos para vídeos com efeitos especiais e assim por diante.
Uma das grandes descobertas da última geração de usuários da web é o interesse que se tem pela opinião dos outros no que diz respeito a consumo. Claro, as pessoas sempre se importaram com a experiência alheia antes de contratarem determinado serviço ou comprarem determinado produto, mas isso atingiu novos níveis em tempos recentes.
É justamente por conta desses novos interesses que apareceram sites especializados em resenhas de produtos, ou então canais especializados na avaliação de sites de cassino e de outras opções de entretenimento.
A manifestação mais clara desse novo hábito são os vídeos de resenha encontrados pela internet. Da mesma forma que o gameplay virou febre, acompanhar em primeira mão a experiência de um consumidor descrevendo, testando e apreciando um novo produto se tornou algo não apenas apreciado, mas que gerou um novo mercado por si só.
Esse fenômeno ganhou o nome de unboxing, que hoje é praticamente um fenômeno independente dentro da lógica da web, com dezenas de canais e até mesmo veículos de mídia dedicados a ele. Não é surpresa nenhuma, portanto, que as pessoas queiram saber mais sobre esse tipo de conteúdo e, indo além, desejem fazer elas mesmas isso.

O que é unboxing e como fazer um corretamente

Unboxing vem do inglês “tirar da caixa”; o nome por si só já entrega o principal por trás do conceito: é um vídeo cujo objetivo primeiro é observar a reação do consumidor, que está tendo seu primeiro contato com o produto na frente das câmeras.
Esse elemento de surpresa é o elemento pioneiro no interesse do segmento. Prova disso é que vídeos de “reações a” são altamente populares – idosos reagindo a novidades, músicos de determinado gênero reagindo a gêneros com os quais eles não tiveram contato até então e assim por diante, etc. A ideia é sempre a mesma: ver em primeira mão como uma pessoa reage ao novo e/ou ao inesperado.
Esse fenômeno ganhou tamanha força que até mesmo as empresas passaram a se preocupar com ele. Em alguns casos, elas enxergam o modelo apenas como mais uma forma de publicidade; em outros casos, elas precisam até mesmo tomar cuidado, porque alguns canais se tornaram especialistas em vazamento de informações e, em alguns casos, conseguem até mesmo obter o produto antes que ele seja lançado.

Mercado saturado?
Uma pergunta frequente que qualquer criador de conteúdo se faz é: como ser relevante em um mercado que sempre parece estar saturado? É algo que serve tanto para músicos que não estão mais vendendo discos físicos e precisam aparecer na internet quanto no caso analisado aqui, do unboxing.
Não existe fórmula pronta do sucesso, mas ao mesmo tempo em que a ideia não é redescobrir a roda, é preciso tomar cuidado para não ser simplesmente mais um na multidão – por que alguém veria seu vídeo se já existem outros iguais?

Onde buscar o diferencial
O primeiro diferencial é e sempre deve ser qualidade; leve-se a sério na frente da câmera e, por falta de termo melhor, “mereça” ser visto pelo espectador, que tende a ter pouco tempo e ainda menos paciência para vídeos que não cativarem em poucos segundos.
O unboxing enquanto conceito envolve necessariamente um produto físico, um que possa efetivamente sair da caixa – eis o nome. O interesse dos espectadores, aliás, começa muito antes de o produto ser tirado da caixa; começa com a expectativa criada em torno dele desde o início.
Antes mesmo de começar a gravar, os melhores canais de unboxing terão criado uma boa dose de desejo nos fãs através das redes sociais, fazendo posts explicando que esperam receber novos materiais, quão ansiosos estão pelo momento de finalmente abrir a embalagem e assim por diante.
Uma estratégia inteligente, ao menos em termos de conteúdo bruto, é não ter medo de explorar o produto a fundo – sem medo de “magoar” a empresa que o produziu. O potencial consumidor do outro lado da tela não quer só ouvir elogios; ele quer ver o produto em ação, descobrir se há fraquezas ou aspectos que deixam a desejar e mais.

No fim das contas, o que deve guiar o direcionamento de um canal é o objetivo: fazer resenhas sérias ou, simplesmente, tentar ganhar coisas de graça?